Eco-tradições: Do milho ao Bolo do Tijolo

O Museu das Flores, em parceria com o Parque Natural das Flores, organizou uma sessão formativa sobre produção de bolo do tijolo, noutras ilhas conhecido como bolo de milho ou bolo das sertã. A acção não foi publicitada porque visava satisfazer uma lista de espera que remontava ao último ano e não concretizada por causa da pandemia.

Crê-se que o milho possa ter sido introduzido na ilha durante o séc. XVIII e na centúria seguinte foi paulatinamente ganhando terras ao trigo cuja produção ultrapassou possivelmente na segunda metade do séc. XIX. Se começou por ser um cereal de pouco agrado das gentes acabou por tornar-se a base do sustento por ser uma cultura hidrófila que facilmente medrou no clima húmido açoriano.

O bolo do tijolo vai buscar nome ao grelhador de barro onde é cozido a fogo directo. De fácil e rápida preparação era um pão sem fermento que acompanhava o prato principal de peixe ou carne — quando tal iguaria estava disponível — ou degustado directamente mergulhado em pedaços (sopas) numa avantajada tigela de leite. Foi essencial na alimentação da ilha até meados do séc. XX. Havia freguesias que o faziam diariamente ou mesmo duas vezes ao dia. Eco-tradições: Do milho ao Bolo do Tijolo